Malícia

Malícia
Malícia traz, no olhar, discretamente,
por muitos sendo até despercebida
e, sinuosa, cínica, atrevida
se achega qual se fora uma serpente!…
Desliza o corpo em trama desmedida
se como o instante fosse casualmente,
mas a intenção por trás, que traz na mente,
esconde a ideia ousada pretendida.
Aos poucos cola o ventre, os fartos seios,
os lábios a buscar nos entremeios
o despertar da carne que a alimenta…
Assim, de sua malícia e sedução
sucumbe quem, tomado de paixão,
colher-lhe o mel da intimidade intenta!
Soneto: Malícia – Paulo Braga Silveira Junior – Julho/2020
Poesia em Sonetos
Outros Sonetos
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Poesia, Poema e Soneto
Aquele olhar (Lêda Mello)
Desde o instante em que me fitaram
Cristais brilhantes, deflagrando luz,
Aqueles olhos os meus penetraram
Tal qual uma chama que queima e seduz.
Qual borboleta no beijo da flor
Perdida em sonhos, vaguei nesse olhar.
Toque de almas, promessas de amor,
Fugaz instante, não posso olvidar
Um par de olhos a busca dos meus
Entristecidos, na hora do adeus.
Tempo passou, não esqueci jamais
Aquele olhar que trago na lembrança
Doce sentir que em meu peito descansa
Ainda que ausente, não o veja mais.
Caminhos opostos (Lêda Mello)
Querias dar-me o teu melhor. Querias!
Desejo e verbo no tempo imperfeito.
Agora, que é passado, atavias
senil presente sem causa e efeito.
Em mim preferes colocar culpa
de tal querer que não levaste avante.
Tu foste omisso, é mera desculpa,
bem sabes, te esperei a cada instante.
Sonhos, apenas, nada foi real,
amor vivido no mundo ideal,
no desperdício do que não me deste.
E assim estamos, tu e eu, distantes,
porque guardaste teus sonhos amantes.
Querias, mas, de fato, não quiseste…
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